TRIBUNA DO ESPORTE
HÉLDER GASPARINO MATTOS
NA MARCA DO PÊNALTI
Samuelson em ação pelo F. C. STAHL na
Alemanha.
JUAREZ
Nos tempos do Coqueirinho, lá
pela década de 1970, que ficava localizado a Rua Gualberto de Almeida, ali no
centro da cidade e que pertencia a família Vicente Bastos e que na linguagem de
hoje seria uma espécie de CT – Centro de Treinamento do Flamenguinho, a pelada
corria solta de segunda a sexta. Das 15:00h as 17;00h era a pelada dos pequenos e das 17:00h ás 18:30h, os grandes é
que mandavam. Foi dentro deste contexto que em um dia de mais uma pelada, a
turma chegou, ficamos sentados ali na calçada, enquanto Baé abria o portãozinho
que dava acesso ao campo, antes passávamos por um monte de tijolos que
acompanhavam a lateral do campo. Aguardamos um pouco, entre uma conversa e
outra e começamos a distribuir os times. Neste ínterim, um cara baixinho, que
não era ligado a nenhum peladeiro, adentrou ao recinto e sentou em uma pilha
dos já citados tijolos fora dos limites da terra batida que era o piso sagrado
do nosso Coqueirinho. Bado para um lado José Paulo para o outro, Tininha para
um Lado Gilmar para o outro. Cafinfa para um lado Antônio para o outro e assim
por diante. Quando dividiu todos atletas ficou faltando um para completar o
time. Para a pelada começar foi necessário perguntar aquele menino de calça e
óculos fundo de garrafa, se queria dá uma corrida. O baixinho não pestanejou: tirou o sapato, arregaçou as pernas da
calça, tirou os óculos foi para o jogo. Daí para adiante, o que vimos foi um
show de bola do desconhecido. Canhoto, o baixinho era difícil de parar quanto arrancava
do meio do campo em direção ao gol. Pelada encerrada, Juarez - era o nome dele
– não só era nosso convidado para a pelada do dia seguinte, como também passava
a integrar o elenco do nosso Flamenguinho.
SAMUELSON
Um grupo de companheiros,
coordenados por Ramiro e Jorge Lisboa, mantem as terças e quintas uma pelada de
futebol society nas dependências do SESC – Januária. No final do ano passado,
estávamos lá para corrermos atrás da bola, como a frequência estava baixa,
aguardamos um pouco, gastando um dedo de prosa. Como não chegava mais
peladeiros, dividiu-se as equipes e a bola rolou. Como uma equipe encaixou mais
rapidamente, o placar chegou a 8 x 0 e começou a ficar desinteressante. O jeito
foi ficar com um olho na bola e outro no alambrado até que apareceram dois voluntários.
A pelada parou, entrou um para cada lado e vamos dentro. No time nosso, que
perdia, entrou um cara de boa estatura e magro e a partir daí foi outro jogo:
Caneta, chapéu, gol com chute a meia distância, e o placar diminuindo -
dribles, embaixadinha, gol com bola colocada e o placar diminuindo – elástico,
passe de calcanhar, gol de letra e o placar diminuindo. Quando, após uns vinte
e cinco minutos, a diferença era de apenas um gol e o balé continuava ouviu-se
um grito: “ Acabou, não vou correr atrás de menino não. ” Na falta de esparregue, o jeito foi parar e
contentar com um dos maiores shows individuais que pude presenciar nas
dependências do SESC Januária. Findado, unilateralmente o confronto, aproximei
do personagem maior e perguntei o nome, ele respondeu: “É Samuelson, fui colega
no BETEL do seu filho Hélder. Meu pai é o Edson e jogo do futebol alemão. A
conversa foi muito breve, ficamos de encontrar para pegarmos mais informações
sobre sua carreira, porem infelizmente ele voltou para Alemanha e não foi
possível. Mas na lembrança ainda da magia do futebol apresentado resolvi
recorrer a família para saber mais daquele Juarez do século 21. Dirigi a Condú Elétrica, Edson, o pai, é um
dos proprietários, me recebeu gentilmente e narrou a história do Barranqueiro
que luta por um espaço no futebol europeu. Nome: Samuelson Savicevik Mota,
filho de Edson Luiz Mota Gonçalves e Mònica Valéria de Souza Lopes Mota (in
memorian), nasceu em Januária, no dia 27/05/96, estudou no Colégio Betel. Sua
carreira esportiva começou na Escolinha do PSV do Brejo do Amparo, atuou pela
Escolinha o Celio em Itacarambi (NAZA), passou por uma peneirada naquela cidade
vizinha onde um olheiro gostou do seu jogo e o levou para o Mogi-Mirim.
Posteriormente foi atleta da Escolinha do Santos e do Atlético Goianiense onde
se profissionalizou. Com a transferência para a ASEV - Goiânia teve
oportunidade de participar de uma excursão a Alemanha onde apresentou um bom futebol
e foi contratado, a uma ano e meio, pelo F. C. STAHL – Brandenburg - equipe da terceira divisão. Lembro-me que
Juarez chegou as categorias de base do América Mineiro antes de voltar para
Januária. Já o Samuelson ficamos na torcida pela consolidação da sua carreira
no futebol europeu. Duas vidas, dois tempos diferentes que enriquecem a
história do esporte bretão aqui nas barrancas da Princesa que tantos craques
ajudaram e ajudam a escrever.
EM TEMPO:
- Na quarta feira passada, o América
Mineiro superou o Bahia por 3x2 em cobranças de tiros livres da marca do
Pênalti, após empate no tempo normal por 2 x 2. Euller, aqui das Barrancas da
Princesa, fez a terceira cobrança e converteu ajudando o Coelhão a chegar as
semi finais da Copinha;
- O atleticano Hélder Alves Duarte –
já campeão da Flórida CuP em cima do atual campeão Brasileiro – e dona Dilene
Bezerra Duarte tornaram celebre na terça feira 20 de Janeiro, a sua União
matrimonial ocorrida na cidade de Manga há 25 anos. Parabéns a toda a família;